terça-feira, 30 de setembro de 2014

     Homens e Mulheres - Direitos Iguais

                                   


É importante salientar que a sociedade, como transmissora e produtora social, tem uma grande importância na construção da cidadania, pois esta é fundamental na mudança da concepção a respeito da igualdade entre os sexos e que por sua vez representa a renovação da sociedade.

Logo, é necessário que a sociedade contribua para a superação de preconceitos e desigualdades, através da implementação de ideias e valores que não reforcem a concepção de um mundo masculino superior ao feminino, mas que estabeleçam condições de igualdade para ambos os sexos. 

Na civilização atual ocorrem muitos casos de machismo, mais da parte masculina, pois é um conjunto de atitudes e ideias que colocam o sexo masculino em um patamar elevado na sociedade, subjugando o sexo feminino e não admitindo a igualdade de direitos para homem e mulher.

Um estudo realizado pela Confederação Sindical Nacional mostrou que dos vinte países pesquisados, o Brasil é o que apresenta a maior diferença salarial entre os sexos. Por aqui, as mulheres recebem em média 34% menos que os homens que desempenham a mesma função enquanto a média dos outros países é de 22%.

Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos fatores como: classe social, posição na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e, principalmente, segundo o sexo.

Enfim, a sociedade pode contribuir muito para que aconteça uma mudança na concepção de gênero, possibilitando a construção de novas relações entre homens e mulheres, pautados em princípios de igualdade e justiça , culminando assim no desenvolvimento de uma cultura democrática e participativa.

Grupo:

#  K. L. E. S. M.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

violência doméstica

                    Homens x mulheres
                 "A violência doméstica"

       A cada cinco minutos, mulheres são agredidas por seus companheiros. Infelizmente, os números de agressões vêm crescendo a cada dia que passa.
       Verbalmente ou fisicamente mulheres de todo o Brasil vêm sendo desrespeitadas, agredidas e humilhadas por homens, (esses que) normalmente são seus companheiros, pessoas capazes de cometer um ato tão crel-a "violência doméstica". Muitas delas são agredidas e não têm coragem de denunciar o crime, pois são ameacadas de morte. Elas precisam proteger seus filhos doa agressores; então, se calam e continuam sendo violentadas sem direito à justiça. Essa agressão não é apenas fisica, mas também verbal quando são xingadas e desmoralizadas.
       De um tempo pra cá, surgiram leis como, por exemplo, a lei Maria da Penha, cujo objetivo é tentar resolver esse problema que vem crescendo disparadamente. Mas nem tudo esta resolvido, muitas delas optam por matar o agressor, justamente por não suportar mais tanto sofrimento e acabam sendo presas por agir em legítima defesa.
       Diferentes ou iguais? Negras ou brancas? Quais são as mais agredidas, ricas ou pobres? Não existem respostas para essas perguntas, o que si deve pensar é que não importa como elas sejam, não merecem esse tratamento descabido.
     Com tantos seres crueis espalhados por aí, ainda não sabemos ate que ponto esse ato desumano vai chegar, ou até quando isso vai continuar.



Grupo:pensante
Larissa, Tatiane, bruna, Luane, Tiago B.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

ROMANCES REALISTAS/NATURALISTAS - LINKS PARA LEITURA


http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1965 - A CARTOMANTE

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2038 MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2039 A MÃO E A LUVA
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2118 QUINCAS BORBA

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2744 O CRIME DO PADRE AMARO

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2018 O CORTIÇO
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2091 HELENA

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2123 A CARNE

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2745 O PRIMO BASÍLIO

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1988 A CONFISSÃO DE LÚCIO

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2064 BOM CRIOULO

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2024 O MULATO

http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1888 DOM CASMURRO

domingo, 7 de setembro de 2014

COMO É BOM VIAJAR NO UNIVERSO DA LEITURA!!!


Naturalismo. A história conta de Lenita, uma garota especial inteligente e cheia de vida cuja mãe morrera em seu nascimento. Aos 22 anos após a morte de seu pai torna-se uma jovem sensível. Lenita decide morar na fazenda do coronel, velho que havia criado seu pai. Lá conhece Manuel Barbosa, o filho do coronel, homem já maduro, separado há muito tempo de uma francesa.
Lenita firmara uma amizade com Manuel que aos poucos se revelou uma louca paixão, no início repelida por ambos, mas depois consolidada com o forte desejo da carne. Narra a ardente trajetória desse romance marcado por encontro e desencontros, desejos e sadismo, batalha entre mente e carne.
Até que um dia Lenita encontra cartas de outras mulheres guardadas por Manuel e sente-se traída, abandona-o mesmo estando grávida de três meses e casa-se com outro homem. Manuel suicida-se, o que comprova o resultado final da batalha "MENTE x CARNE".


A Mão e a Luva - Machado de  Assis
A Mão e a Luva, segundo romance de Machado de Assis (1839-1905), foi publicado em folhetim em 1874. Obra da mocidade e própria da estética em voga, o Romantismo, gira em torno de um caso complicado - mas de solução simples e previsível - de namoro dentro dos mais rigorosos esquemas burgueses. Guiomar, a heroína, tem a sua volta três pretendentes: Estevão, sentimental; Jorge, calculista; Luís Alves, ambicioso. A estes três junta-se a baronesa, sob cuja proteção encontra-se a órfã Guiomar e a inglesa Mrs. Oswald, dama de companhia.
Embora nitidamente romântico, A Mão e a Luva é um romance sóbrio. Seu ponto alto são as personagens femininas: Guiomar pela complexidade de seu caráter, Mrs. Oswald pela astúcia e verossimilhança. Um romance instigante daquele que é um dos maiores escritores da língua portuguesa e autor dos clássicos e geniais Dom Casmurro e Memórias póstumas de Brás Cubas.

Narra a história de Guiomar, moça altiva e segura de si, que procura, com frieza e calculismo, realizar o ambicioso plano de ascender socialmente, compensando a sua modesta origem. A obra relata com ironia o casamento, visto como troca de favores e movido pelo dinheiro e pela ambição.

Bom-Crioulo (Adolfo Caminha)
Naturalismo/Realismo. Bom-Crioulo é o apelido de Amaro, escravo fugido que se torna marinheiro. Ele desenvolve um relacionamento homossexual com Aleixo, jovem grumete. Eles arranjam um sótão para seus encontros na casa de Carolina, amiga de Amaro. Quando este é transferido, passam a se desencontrar e Carolina seduz Aleixo. Amaro, que estava hospitalizado, doente e fraco quando antes era forte, descobre que ele havia se tornado amante de Carolina e mata-o. Nem homófobo nem homófilo, este romance apresenta a imparcialidade naturalista típica. O relacionamento dos dois é retratado como outro qualquer e Aleixo é sempre descrito como "feminino", tornando-se "masculino" só após algum tempo como amante de Carolina.


Helena (Machado de Assis)

Por Marla Rodrigues
O conselheiro Vale havia falecido, era uma grande perda. Ele era um homem admirável, pertencente à elite. Restaram apenas Estácio, seu filho, e D. Úrsula, sua irmã. Depois da morte, Dr.Camargo,  amigo da família, tentou preveni-los sobre o conteúdo do testamento, deixando-os mais preparados para certa cláusula presente no documento.
Quando o testamento foi aberto, os bens foram entregues aos herdeiros, algumas coisas foram destinadas a afilhados e uma filha, Helena, fora reconhecida. O conselheiro a reconhecia, dividia entre ela e Estácio os bens herdados e pedia para que a menina fosse recebida e tratada como nova integrante da família. Estácio, devido a seu caráter, aceitou a irmã instantaneamente, mas sua tia e Dr. Camargo eram contrários à ideia.
Helena chegou à casa em Andaraí. Estácio a recebeu e logo se tornaram íntimos e amigos. D.Úrsula se mantinha desligada da moça. Passou a ceder, aos poucos, aos encantos de Helena, mas enterneceu-se de vez quando, ao adoecer, viu a menina cuidar da casa e de seu leito. Dr. Camargo, no entanto, mantinha sua opinião e por isso ele e Helena não se davam bem.
Em um dia, Estácio e ela saíram em uma cavalgada. Quando passaram por uma casinha simples onde uma bandeira azul enfeitava o telhado, Helena buscou saber quem morava ali, mas não teve sucesso, e assim eles voltaram para casa.
Eles seguiam a vida. Estácio vinha já há algum tempo planejando pedir a mão de Eugênia, filha de Dr. Camargo, em casamento. Helena encorajava-o, mas ele não tomava atitude. Foi também nesses tempos que Estácio viu Helena receber uma carta que lhe despertou um grande interesse, pensava que a irmã vivia um romance e a ideia não lhe agradava. Foi por essa curiosidade que arrancou dela uma confissão: amava a alguém e amava muito.
No aniversário de Estácio, Helena deu a ele um quadro onde pintara o caminho que fizeram naquela primeira cavalgada e a casa da bandeira azul,  mas mais tarde a presença daquela casa perturbou  Estácio. À noite foi oferecido um baile a ele. Já quase no final da comemoração, Dr. Camargo teve com Helena e revelou-lhe o desejo de ver Eugênia casada com seu irmão,  e usou isto para chantageá-la, referindo-se às idas dela à casa da bandeira azul.
 Logo nos dias seguintes Estácio e Eugênia ficaram noivos. Seguido do noivado, uma tia de Eugênia adoeceu e ela, juntamente com a família, tinha que visitá-la. No entanto, Eugênia só se dispôs a ir depois que Estácio, vendo-se forçado, aceitou ir com eles. Para ele era um tremendo sacrifício separar-se de Helena, sua tia e sua casa. Nos dias em que ele se ausentou, Helena ficou noiva.
O noivo era Mendonça, amigo de Estácio e recém-chegado da Europa. Ele era filho de um comerciante, não tinha riquezas, mas amava Helena. Ela aceitou o noivado mesmo não gostando tanto dele. Quando o noivado foi concretizado, Mendonça escreveu a Estácio contando a novidade e ele voltou para casa rapidamente. O casamento lhe agradava um pouco, mas a confissão de tempos atrás de Helena influenciava sua resolução quanto a conceder a mão da irmã ao amigo.
Helena queria o casamento, julgava sua paixão confessada impossível e assim preferia o certo ao duvidoso. No entanto, Estácio não se sentia confortável com tal situação. A esse ponto Mendonça já se sentia desinteressado pelo casamento, pois surgiram insinuações de que estaria se casando por interesse.
Durante tais conflitos, Estácio viu, numa manhã em que saiu para caçar, Helena saindo da casa da bandeira azul. Surpreso, escondeu-se e, depois que ela foi embora, foi até a casa em que ela acabara de sair. Quando se escondera, cortara a mão e usou isso como pretexto para conhecer o morador da casa. Conversaram enquanto ele tratava do corte e um pouco mais depois.
Quando Estácio foi embora, acreditava que havia se enganado com Helena. O padre Melchior foi chamado e as relações na casa se tornaram tensas. Estácio duvidava dos atos de Helena, não sabia o que pensar sobre o que acontecia. Melchior foi o primeiro a entender, Estácio amava Helena e descobrir os encontros dela com aquele homem o abalou.
Logo a verdade foi revelada. O homem que habitava aquela casa tratava-se do pai de Helena, Salvador. A história de Helena era a seguinte: Ângela e Salvador fugiram para poderem viver seu romance e da união dos dois nascera Helena. Quando o pai de Salvador adoeceu, ele viajou para poder vê-lo, mas quando voltou para sua casa não encontrou sua mulher nem sua filha. Ângela havia se apaixonado pelo conselheiro Vale e agora vivia numa casa mantida por ele. O conselheiro tomara Helena como filha, pois acreditava que Salvador estava morto.
Com a morte de Ângela, Helena morava na escola e recebia visitas do conselheiro. Durante este tempo, Salvador subornava uma escrava da escola e assim ele e a filha mantiveram contato. Quando o conselheiro morreu e Helena foi reconhecida, ela quis revelar a verdade, mas Salvador sabia da condição de vida que teria a filha vivendo com ele. Por esse motivo, mandou Helena para ir viver na casa de Andaraí e os dois se encontravam sempre que era possível.
Diante tais revelações, Estácio preferiu deixar a situação como era. Eles agora podiam viver o amor que nutriam um pelo outro, mas provar que não eram irmãos seria desastroso demais. Nos dias seguintes o casamento de Helena com Mendonça ressurgiu, mas ela adoecera. Ela foi tratada, mas não surtia efeitos. Estácio havia decidido buscar pelo pai da “irmã”, que havia ido embora para que a menina seguisse com a vida, mas não foi preciso. Helena falecera, e, no instante em que ficara a sós com a falecida, Estácio deu-lhe o primeiro beijo de amor e partiu. Quando chegou em casa, conclui ao padre: perdera tudo. 


Naturalismo. O Cortiço conta principalmente duas histórias: a de João Romão e Miranda, dois comerciantes, o primeiro o avarento dono do cortiço, que vive com uma escrava ao qual ele mente liberdade. Com o tempo sua inveja de Miranda, menos rico mas mais fino, com um casamento de fachada, leva-o a querer se casar com sua filha (e tornar-se Barão no futuro, tal qual Miranda se torna no meio da história). Isto faz com que ele se refine e mais tarde tente devolver Bertoleza, a escrava, a seu antigo dono (ela se mata antes de perder a liberdade). A outra história é a de Jerônimo e Rita Baiana, o primeiro um trabalhador português que é seduzido pela Baiana e vai se abrasileirando. Acaba por abandonar a mulher, parar de pagar a escola da filha e matar o ex-amante de Rita Baiana. No pano de fundo existem várias histórias secundárias, notavelmente as de Pombinha, Leocádia e Machona, assim como a do próprio cortiço, que parece adquirir vida própria como personagem.



Naturalismo. A história é sobre o amor de Ana Rosa e seu primo Raimundo, impedido belas barreiras do preconceito racial contra Raimundo, que é mulato. Raimundo é rejeitado, ignorado e maltratado pela sociedade do Maranhão (onde a história se passa), mas ainda assim seu amor e o de Ana Rosa florescem. Após certo tempo Raimundo propõe a Manoel, seu tio e pai de Ana, que eles se casassem, mas este recusa apenas baseado no fato de que Raimundo é um mulato. Ante a esse fato Raimundo recua transtornado enquanto Ana, mesma com hesitações, tenta recuperá-lo, mesmo sem entender o motivo da separação no começo. Ele recobra os ânimos e eles decidem fugir, mas são pegos. Após uma discussão sobre o que fazer do futuro de Ana Rosa (um empregado de seu pai era seu noivo a contragosto dela), ela revela estar grávida de Raimundo. Isso escandaliza a avó (extremamente preconceituosa e uma das maiores barreiras para este amor), estranha ao noivo e deixa o pai descrente dos fatos. O único que não se surpreende com a revelação é o cônego Diogo, confidente de Ana Rosa, amante da esposa do pai de Raimundo quando o casal era vivo, e executor do pai de Raimundo. Diogo é preconceituoso e manipulador; odeia Raimundo por este ser mulato e maçom. Quando era amante de Quitéria, esposa de José, pai de Raimundo, obrigou José a não revelar nada quando este esganou a esposa (preconceituosa, ela torturava escravos e negros forros como a mãe de Raimundo, Domingas) ao achá-la em adultério. Padrinho de Ana Rosa, ele exerce seu poder de influência muito habilidosamente e protege Dias, o noivo de Ana. Quando após o fatídico encontro eles se retiram, Diogo convence Dias a matar Raimundo e dá-lhe a arma do crime. Dias mata Raimundo relutantemente e o crime passa por todos na impressão geral de ter sido suicídio. Quando Ana descobre tem um aborto. Seis anos depois mostra-se o destino de várias personagens secundárias e o de Ana e sua família. A avó Maria Bárbara e o pai Manoel (que tinha o apelido de Pescada) morreram e ela e Dias aparecem casados e bem, com três filhos; ela comporta-se amorosamente com o marido, executor de seu antigo amado, que antes detestava. Ainda cheio de vícios românticos (maniqueísmo, herói e heroína perfeitos, vilões cruéis, supervalorização do amor, o mistério e o suspense comuns aos românticos), esta obra prevalece como naturalista pois a visão de mundo é naturalista, existe um forte Determinismo e o herói, assim como o autor, é positivista.




O Primo Basílio (Eça de Queiroz)
 Basílio, primo de Luísa, está para chegar à cidade. Luísa é uma linda mulher que gosta de ler romances e passou a infância e o primeiro namoro com o primo que era moço rico, mas se tornou pobre e veio ao Brasil, onde reconstituiu a riqueza e esteve viajando pela Europa. Luísa trocava correspondências com Basílio e, após a partida dele, conheceu Jorge, que de início não a agradou fisicamente, mas que resolveu casar quando ele falou: "Vamos casar, hein!". Jorge é Engenheiro de Minas e, durante o verão no Norte, passa um período de trabalho fora de casa em São Domingos. Luísa é comportada, amiga íntima de Leopoldina, uma moça casada com João Noronha, empregado da Alfândega, mas Jorge não gosta muito dessa amizade. Embora sempre com pessoas por perto, Conselheiro Acácio, "modelo de mediocridade pomposa e satisfeita consigo mesma", Sebastião, D. Felicidade, Juliana, Joana etc., Luísa não resiste aos encantos do primo Basílio e acaba relacionando-se na ausência do marido na recém-chegada do antigo namorado a Lisboa. Juliana, criada de Luísa, consegue adquirir cartas românticas que demonstravam o relacionamento dos primos e inicia uma chantagem. Juliana esgota Luísa, faz a "madame burguesa" passar por todos os apertos de ser empregada, Basílio desaparece e deixa a amante aos planos de Juliana. Luísa busca uma maneira de adquirir as cartas e consegue via Sebastião, um amigo da família. Jorge chega do período de trabalho em São Domingos. Luísa acaba por adoecer e morrer e Jorge descobre a infidelidade da esposa.
Autor(a): Rafael Araújo, Marcelino Alves




O Crime do Padre Amaro (Eça de Queiroz)
Considerado romance realista-naturalista, tem como objetivo a crítica à sociedade portuguesa, caracterizando-se pelos ataques ao clero e ao provincianismo: o autor não apenas apresenta denúncias sobre a devassidão do clero, mas sobre a vida mesquinha da cidade provinciana portuguesa.
Por isso, não apenas as personagens centrais, mas todas as demais são utilizadas pelo autor para revelar os comportamentos equivocados da sociedade portuguesa da época. Além disso, toda a trama é permeada pela idéia de que o homem é fruto do meio em que vive, o qual molda o seu caráter, determinando sua forma de pensar e de agir.
Trata-se da história de Amaro Vieira, filho de dois criados do marquês de Alegros que, órfão ainda criança, é educado em meio à criadagem da marquesa (o que o tornaria enredador e mentiroso).
Apesar de não apresentar nenhuma vocação para o sacerdócio, por decisão da marquesa, sua formação toma essa direção e é ordenado padre. É nomeado pároco de uma pequena vila de Leiria e, ao assumir sua paróquia, hospeda-se na casa da Senhora Joaneira, concubina do Cônego Dias, que tem uma filha, Amélia.
Padre Amaro acaba por envolver-se sexualmente com Amélia - noiva de João Eduardo - que, por viver num ambiente de corrupção e imoralidade, deixa-se, facilmente, seduzir pelo padre. O padre então conhece o cinismo de seus colegas que, em nada, estranham seu envolvimento com Amélia.
O romance dos dois vem à tona quando o noivo de Amélia, movido pelo ciúme e pela desconfiança, escreve um "comunicado" no jornal local, onde revela as relações amorosas dos padres da região, criticando suas atitudes hipócritas e pecaminosas de rompimento com os votos do celibato.
O polêmico artigo provoca o rompimento do noivado e Amélia torna-se exclusivamente amante do Padre. Ela acaba engravidando e, durante a gravidez, esconde-se na quinta da irmã do Cônego Dias. Nesse período, fica sob os cuidados do Abade Ferrão, único padre decente da trama, que tenta recuperá-la para um vida normal, tirando-a da influência do Padre Amaro.
Antes disso, porém, Amélia morre de parto. Padre Amaro entrega o filho a uma "tecedeira de anjos" e a criança é morta. Depois disso, ele prossegue a vida religiosa tratando, a partir de então, de ser mais "cuidadoso" em suas aventuras, assumindo seu cinismo, definitivamente.
Sua história
Como dissemos, "O Crime do Padre Amaro" tem uma história muito curiosa: dele são conhecidas três versões.
A primeira delas data de 1875, quando o escritor exerceu as funções de administrador do Conselho de Leiria, local onde se passa a história do romance.
Essa versão foi publicada precocemente na Revista Ocidental, por Antero de Quental e Jaime Batalha, sem a autorização do autor, que desejava, como revelou numa carta escrita para Batalha Reis, em 8 de fevereiro de 1875, rever e melhorar o seu texto.
Nela ainda não se podem sentir as influências do naturalismo: trata-se de uma obra um tanto quanto lúgubre, caracterizada por um romantismo melodramático. Esse tom revela-se na caracterização de Amaro, o personagem principal da trama e na falta de uma relação mais clara entre personagem, suas ações e o meio ambiente. Revela-se, ainda, no fato de, ao final do romance, o Padre Amaro matar por afogamento o filho que teve com Amélia.
No entanto, já nessa primeira versão encontra-se presente uma crítica social contundente, sobretudo no que se refere ao sacerdócio.
A segunda versão, de 1876, já apresenta traços do naturalismo: há um despojamento do retrato de Amaro (bastante romântico na primeira versão); a influência do meio nas atitudes do personagem aparece com maior clareza; e há um maior cuidado do autor na apresentação de pormenores de crueldade e de falta de pudor do personagem.
Essa versão é bastante criticada, inclusive por Machado de Assis, devido ao excesso de pormenores e temas chocantes: Eça revela uma crueza acentuada e extremamente rude na descrição, sobretudo na cena do amortalhamento de Amélia, onde o relato prevê tanto a presença de uma mosca que zune sobre o corpo, entre as luzes, quanto uma forte alfinetada da velha do saiote negro no corpo inerte de Amélia. Essa cena foi suprimida da terceira versão.
Na terceira versão (1880), posterior à publicação de O Primo Basílio, o escritor aprofunda a discussão sobre os fatores sociais como determinantes das atitudes das personagens, sobre o sacerdócio sem vocação verdadeira e sobre a educação religiosa da época, que alçava o religioso à condição divina.
A obra passa a ter uma intriga que revela uma relação mais harmoniosa com o ambiente, a formação e a hereditariedade. A subjetividade dos personagens é mais focalizada (como a auto-análise de Amélia no capítulo V), desaparecendo, sutilmente, o narrador onisciente e onipotente como centralizador da trama.
É a versão mais equilibrada, da qual são excluídos elementos inverossímeis como o infanticídio de Amaro, pois na época, em Portugal, os padres criavam seus filhos de maneira paternal. Nela, em vez de a criança morrer assassinada tragicamente - como nas versões anteriores - Padre Amaro, no último momento, tenta fazer com que a tecedeira de anjos não execute o seu pedido. Porém, como não consegue, esquece o ocorrido e segue a sua vida normalmente.
Há quem diga que Eça incorporou a essa versão a crítica feita por Machado de Assis a "O Primo Basílio" e à segunda versão de "O Crime do Padre Amaro". Nessa versão, ultrapassando as preocupações típicas do naturalismo, Eça incorpora no final da obra uma preocupação com o destino histórico do país, e não apenas com os aspectos psicossomáticos das personagens.

Texto original: Kátia Lomba Bräkling
Revisão: Equipe EducaRede 



Quincas Borba
Por Machado de Assis
Realismo. Continuação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba conta a história do ex-professor primário Pedro Rubião de Alvarenga, que após cuidar do filósofo Quincas Borba até a morte, recebe dele toda a fortuna sob a condição de tomar conta do cachorro, que também tem o nome de Quincas Borba. Rubião muda-se então para o Rio. No caminho conhece o casal Sofia e Cristiano Palha. Apaixonado por Sofia e ingênuo, Rubião vai sendo explorado e aproveitado por todos os amigos, que lhe tomam dinheiro emprestado, lhe pedem favores, jantam em sua casa mesmo quando ele não está, etc. Vai envolvendo-se sem sucesso com a política e perdendo muito dinheiro com gastos exagerados e empréstimos. Cristiano e Sofia (que não corresponde o amor) vão se aproveitando dele muito mais, subtraindo-lhe a fortuna, saindo do estado original de dívidas para um de opulência no final. A medida que o tempo passa, a decadência material e o desespero de não ter correspondido seu amor leva Rubião a enlouquecer. Enquanto no começo travava "discussões" com Quincas Borba (o cão), depois começa a pensar ser Napoleão III e Sofia sua esposa Eugênia. Passa a nomear todos nobres e generais, ter visões, falar sozinho. Quando ao final é internado num manicômio, sua fortuna não é mais 1% do que antes fora. Ele foge do manicômio e volta para Barbacena, de onde saíra após enriquecer, levando apenas Quincas Borba. Enlouquecido e pobre, é recolhido pela comadre e morre louco, corando-se Napoleão III, repetindo incessantemente nos seus últimos dias a célebre frase "Ao vencedor, as batatas!" Narrado em terceira pessoa, cheio de ironia sofisticada, uma personagem feminina dissimulada, uma dúvida constante (Quincas Borba é o título por causa do cão ou do filósofo?), esta é uma das melhores e mais famosas obras de Machado de Assis.


A Cartomante (Machado de Assis)
O conto sem final feliz foi publicado por Machado de Assis em 1896 em Várias Histórias. O livro é representativo da segunda fase do escritor, que abandonou o Romantismo para inaugurar o Realismo.
Os textos da segunda fase de Machado de Assis se caracterizam pela introspecção, pelo humor e pelo pessimismo com relação à essência do homem e seu relacionamento com o mundo. A Cartomante é exemplo disso. Na trama, Rita, Camilo e Vilela se envolvem num triângulo amoroso trágico. Traição, adultério e paixão permeiam a narrativa.
 O conto de Machado de Assis começa com uma menção a Hamlet, de Shakespeare. A famosa frase “há mais cousas no céu e na terra do que sonha nossa filosofia” abre a obra. A personagem Rita, em outras palavras, diz o mesmo. Frente a isso, que tal propor aos alunos a seguinte discussão: porque Machado de Assis teria escolhido a célebre frase de Shakespeare para iniciar a obra? Qual o sentido desse pensamento, no contexto do conto?



Memórias Póstumas de Brás Cubas
Por Machado de Assis
Realismo. A história é narrada por Brás Cubas, um defunto autor que após narrar sua morte e funeral começa a contar a sua vida. Conta a infância, as travessuras, o primeiro namoro com Marcela (interesseira e bela, fica pobre e feia), um namoro com Eugênia (que acaba pobre) e mais tarde seu noivado com Virgília. Como Virgília casa com outro eles mais tarde se tornam amantes. O romance era ajudado por Dona Plácida (que também morre pobre) e acaba quando esta vai para o Norte com o marido. Conta então seu reencontro com o amigo Quincas Borba (primeiro na miséria, depois rico, depois miserável e louco), que lhe expõem sua filosofia, o Humanitismo. Cubas passa seguir o Humanitismo. Já deputado, não se reelege ou se torna ministro e funda um jornal de oposição baseado no Humanitismo. Mais velho se volta para a caridade e morre logo após criar um emplasto que curaria a hipocondria e lhe traria fama.



Dom Casmurro                       
Por Machado de Assis
Realismo. A história toda se passa no Rio de Janeiro do Segundo Império e conta a história de Bento e Capitolina, esta sendo descrita por José Dias, agregado da mãe de Bento, como tendo "olhos de cigana"; a infância, onde surge a paixão com Capitu, primeiro estranha e depois mais bem definida, a juventude de Bento no Seminário ao lado de Escobar, seu melhor amigo até a morte deste por afogamento, o casamento de Bentinho e Capitu, após a mãe deste cumprir a promessa de enviar um rapaz ao serviço da Igreja mandando um "enjeitadinho" ao seminário no lugar de Bento e a separação devido ao ciúme de Bentinho por Capitu com Escobar, mesmo depois deste morrer. Ele manda então a esposa e seu filho para a Europa por causa do ciúme, quase matando-os antes envenenados. Seu encontro com o filho, muitos anos mais tarde, é frio e distante, já que a todo o instante ele o compara com Escobar, seu melhor amigo que ele achava o ter traído e ser o pai do então já jovem estudante de Arqueologia, que falece, meses depois numa escavação no estrangeiro, sem jamais ver o pai novamente. Um romance psicológico, sob o ponto de vista de Bentinho, nunca se tem certeza de que Capitolina traiu-o ou não. A favor da tese da traição existe o fato que Bento sempre parece falar a verdade, as semelhanças achadas por Bento entre seu filho e Escobar e o fato que os outros descreviam Capitu como maliciosa quando esta era jovem. Contra a tese existe que Capitu reclamou de seu ciúme e nunca efetivamente fez muita coisa que desse motivo de suspeita, exceto uma vez em que manteve um segredo com Escobar, que era casado. Este humilde escritor acha que Bento não foi traído, mas isso é essencialmente pessoal.

Luzia-Homem, por Domingos Olímpio - Naturalismo. Luzia-Homem é um exemplo do Naturalismo regionalista. Passado no interior do Ceará, nos fins de 1878, durante uma grande seca, vai contando a história da retirante Luzia, mulher arredia, de grande força física (o apelido Luzia-Homem provém desta força que lhe permitia trabalhar melhor que homens fortes). Luzia trabalha na construção de uma prisão e é desejada pelo soldado Capriúna. Mas Luzia não se interessa por amores e mantém uma relação de amizade e ajuda mútua com Alexandre. Após Alexandre propor-lhe casamento (existe por toda a história a relutância de Luzia de admitir que gosta de Alexandre), este é preso por roubar o armazém do qual era guarda. Luzia passa visitar-lhe na prisão e sua amiga, a alegre Teresinha, para cuidar de sua mãe doente. Após um certo tempo, Luzia para de lhe visitar na prisão. Ao fim Teresinha descobre que Capriúna era o verdadeiro ladrão e uma das assistentes de Luzia (ela havia sido dispensada e depois voltara ao trabalho, mas como costureira) lhe falar que a testemunha contra Alexandre mentia, o culpado é preso. A família de Teresinha aparece (ela havia fugido de casa com um amante que morreu meses depois) e ela, humilhada fica subserviente a eles, especialmente ao pai que a rejeita. Luzia descobre isto e, depois de um interlúdio, convence-a a viajar com ela, migrando para o litoral. No caminho Capriúna se liberta e vai ataca Teresinha, a culpada de sua prisão. Encontrando Luzia, mata-a e acaba caindo de um desfiladeiro. Marcado pela fala característica dos personagens, Luzia-Homem mantém duas características clássicas do Naturalismo por toda obra: o cientificismo na linguagem do narrador e o determinismo (teoria de que o homem é definido pelo meio).

 A Confissão de Lúcio

Título: A Confissão de Lúcio
Autor: Mario de Sá-Carneiro
Sinopse*: "A Confissão de Lúcio", considerada a mais importante obra de Mário de Sá-Carneiro, tem como base o triângulo amoroso entre Lúcio, o seu amigo Ricardo de Loureiro e a mulher deste, Marta. Nesta novela escrita em forma de policial, o narrador, Lúcio, confessa a sua inocência depois de ter passado dez anos na prisão acusado da morte de Ricardo, ocorrida em circunstâncias misteriosas e da qual a única testemunha é o próprio Lúcio. Obra vanguardista, nela se encontram algumas das obsessões do autor: o amor pervertido, o suicídio, o sentimento de incompletude e de alienação do eu que lhe conferiram uma aura de poeta maldito. 










REALISMO/ NATURALISMO - LITERATURA TAMBÉM É HISTÓRIA!!!



A partir das resenhas dos romances do Realismo/Naturalismo, cada grupo deve escolher um dos livros propostos para o trabalho da III Unidade. Não esqueçam de consultar os links dos livros colocados no e-mail da turma. Boa leitura!