quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Para gostar de ler!

Feliz dia do Livro

Por Cátia Garcez

Foi assim... Deus inventou o homem e o homem inventou o livro e eu me apaixonei...Quando penso no que teria sido minha vida sem os livros...
Lobato me inquietava e Anastácia era a minha heroína... As histórias de meu avô analfabeto mais bonitas que a de Lobato, anos depois encontrei em Câmara Cascudo... E eu me apaixonei: personagens de Maurício me ajudaram a dormir, mas o Tio Patinhas sempre me fez rir com sua avareza cheia de beleza.
Ali já brincava com as poesias de Cecília, Vinícius e os sonetos de Drummond.
Até os 18 anos vivi de empréstimos, mas com o meu primeiro salário comprei  uma coleção de capa dura de Agatha Christie: O caso dos dez negrinhos, Expresso da meia noite...Há Poirot que companheiro eficaz!
Os livros me trouxeram pessoas e pessoas me trouxeram livros, e eu me apaixonei... Por pessoas e por livros. Entre dezenas de Júlias, Sabrinas e Biancas, livros de bolso: faroeste ou sacanagem, eu lia... E na falta de outros, eu lia...
O mundo de Sofia se reservava entre a literatura obrigatória: Escaravelho do diabo, Meu pé de laranja lima e O Menino do Dedo verde... Quando chorava fazia o jogo do contente de Poliana, sonhadora lembrando a infância...
Virei adulta e como tal fui invadida por seres de outro planeta: Graciliano Ramos, Umberto Eco, Clarice Lispector, Pablo Neruda, Darcy Ribeiro e Fernando Pessoa...
Nessas lidas e leituras da vida chorei com o caçador de pipas e realizei-me com Leite derramado de Chico Buarque. Percebo que a cada livro que leio sofro uma metamorfose: Eu os devoro, penso eu... Mas na verdade são os livros que me devoram, me arrebatam e me libertam.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

FLORES, FÚRIA E A PAREDE

“A dor vai curar essas lástimas 
o soro tem gosto de lágrimas.
As flores têm cheiro de morte
a dor vai fechar esses cortes”. 

Flores 

(Tony Belloto/ Sérgio Britto/ Charles Gavin/Paulo Miklos)


Acordou assustada, coração disparado. Seria mesmo a campainha ou o barulho estava só no sonho? Ainda estava tudo confuso, ela nem sabia direito se havia dormido na casa dela ou na dele. Sentiu um peso nos olhos, mal podia abrí-los. A busca pelo espelho revelou que aquela era sua casa. Antes de conseguir se olhar, a campainha soou de novo. Atordoada, desistiu do espelho. 

Abriu a porta da sala e o entregador, um rapazinho franzino que pela quantidade de espinhas devia estar na casa dos 16 anos, sorriu. Estendeu-lhe um buquê esperando uma reação positiva do lado dela; a devolução do sorriso, a cara de espanto e em seguida a gratidão... coisas que quase sempre aconteciam. Mas o “quase” esconde um abismo nas entrelinhas.

Gestos de docilidade e romantismo podem ser o esconderijo perfeito para pequenas e grandes crueldades cotidianas. Era assim que ela lia. O menino entregador nem imaginava.

Ela segurou o ramalhete e fechou a porta. Não conseguia controlar os tremores. Não lembrava se havia agradecido ao garoto ou ao menos se despedido. Ele não tinha nada a ver com a história, coitado! Se sentiu culpada. Detestava desagradar as pessoas, dizer nãos... quase nunca os fazia. Mas dessa vez, o quase era sua única chance de salvar a si mesma. Era a porta da libertação.

Olhou para as flores e sentiu náusea. Pela primeira vez recebia algo assim. E foi triste. As pessoas dão flores quando querem celebrar as mortes que impõem ao outro. Uma flor para cada sorriso sepultado. Os espinhos vem de brinde. Brindam dores que ainda virão. Agora entendia porque flores são levadas aos sepulcros. E que é possível ser sepultado em vida.

Forçou a abertura dos olhos para enxergar melhor o presente. Viu tons variados e foi inevitável a comparação com os matizes de lilás e roxo de suas pernas, braços, costas e pescoço. O vermelho lembrava o batom que estreou na noite anterior... e o gosto metálico do sangue que logo depois escorreu em seu paladar.

Tomou coragem e voltou a procurar o espelho. Viu que seus olhos castanhos, agora eram também vermelhos. Estavam decorados com uma moldura violeta, como aquelas flores miúdas, que morrem rápido.

Olhou de novo o buquê. Ao contrário do que dizia a música que ouvia na adolescência, toda aquela delicadeza era incapaz de fechar seus cortes. Agora, as flores simbolizavam sua dor.

Ela sabia que ele ficaria zangado se pudesse ouvir os pensamentos dela. Ficar zangado, aliás, era usual para ele. Um calafrio percorreu sua coluna dolorida. Queria sair correndo, mas não tinha forças para fugir dali. Olhou o sofá de dois lugares, a tevê antiga, o tapete poído, os quadros amarelados nas paredes que precisavam de uma demão de tinta... Aquilo era tudo que tinha. Teve pena de si mesma. E raiva também. Poderia ter vivido sem ter que comparar flores a hematomas. Poderia ter evitado o medo, evitando aquele homem. Teve vergonha.

Correu para o chuveiro. Água e lágrimas fizeram desmoronar o peso da ruína. Ali, ajoelhada na frieza do ladrilho, deixou-se escorrer ralo abaixo. Estava oca.

Precisava preencher o vazio. Era ela quem decidiria como. Decidiu encher de vida. Retomou o fôlego, as forças, a coragem. Escolheu abandonar o papel de vítima que havia encharcado e dissolvido na água. A única saída era o recomeço como outra personagem.

Não poderia esquecer o passado, mas à sua frente não havia nada. Olhou as paredes e sentiu vontade de escrever todas as frases engolidas, reações contidas e gritos reprimidos desde a infância. Assim o fez. Minutos depois as paredes estavam cheias dela e de batom vermelho, a caneta que melhor traduziu seu idioma particular: a fúria.

Trocou o segredo da fechadura. Não havia mais lugar para segredos. Todos os “nãos”seriam revelados, libertos, expulsos, se fosse preciso.

Foram eles que receberam o homem quando ele tentou voltar. Ele encarou aquelas negativas com ódio. Ela, com alívio. Ele esperneou, chutou, socou... as paredes do lado de fora. O interior, o cerne, era dela.

Afagou a si mesma. Havia descoberto a melhor companhia. Jamais estaria só novamente.



# Láira Menezes
OBS: O TEXTO ACIMA TRATA DE UM ASSUNTO POLÊMICO E MUITO TRISTE QUE ACONTECE TODOS OS DIAS NA VIDA DE MUITAS MULHERES-  A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Não podemos concordar ou aceitar isso, esse problema deve ser DENUNCIADO.
 Não seja cúmplice e deixe essa historia acabar com mais uma vitima.

domingo, 12 de outubro de 2014

TESTE SEUS CONHECIMENTOS!

QUIZ– COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Parte superior do formulário
1.      Assinale a alternativa que posiciona junto aos verbos os pronomes oblíquos indicados em parênteses: "Não arrependo de nada. (me)"
o   
Não arrependo-me de nada.
o   
Não me arrependo de nada.
o   
Não arrependo-me-do de nada.

2.      Idem: "Hoje contaram vários segredos. (lhe)"
o   
Hoje contaram-lhe vários segredos.
o   
Hoje lhe contaram vários segredos.
o   
Hoje contar-lhe-am vários segredos.

3.      Idem: "Contarei um grande segredo. (te)"
o   
Contarei-te um grande segredo.
o   
Te contarei um grande segredo.
o   
Contar-te-ei um grande segredo.

4.      Idem: "Se ganho na loteria, mudo hoje mesmo. (me)"
o   
Se ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.
o   
Se ganho na loteria, me mudo hoje mesmo.
o   
Se ganho na loteria, mudar-me-ei hoje mesmo.

5.      Idem: "As pessoas que telefonaram, não deixaram recado. (lhe)"
o   
As pessoas que telefonaram, não deixaram-lhe recado.
o   
As pessoas que telefonaram, não lhe deixaram recado.
o   
As pessoas que telefonaram, não deixar-lhe-am recado.

6.      Idem: "Devo um grande favor. (lhe)"
o   
Devo-lhe um grande favor.
o   
Lhe devo um grande favor.
o   
Dever-lhe-ei um grande favor.

7.      Idem: "Enviarão brevemente os livros que compramos. (nos)"
o   
Enviarão-nos brevemente os livros que compramos.
o   
Nos enviarão brevemente os livros que compramos.
o   
Enviar-nos-ão brevemente os livros que compramos.

8.      Idem: "Não preocupem com seus problemas. (se)"
o   
Não preocupem-se com seus problemas.
o   
Não se preocupem com seus problemas.
o   
Não preocupar-se-em com seus problemas.

9.      Idem: "Prepararemos uma surpresa inesquecível. (lhe)"
o   
Prepararemos-lhe uma surpresa inesquecível.
o   
Lhe prepararemos uma surpresa inesquecível.
o   
Preparar-lhe-emos uma surpresa inesquecível.

10.  Idem: "Brevemente enviarão as cartas. (nos)"
o   
Brevemente enviarão-nos as cartas.
o   
Brevemente nos enviarão as cartas.

o   
Brevemente enviar-nos-ão

Colocação Pronominal - Descomplicando!

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos
Fernanda, quem te contou isso?
Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo. Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.
1) Próclise
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos:
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este assunto.
b) Nas orações em que haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.
Exemplos:
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse lugar. (pronome indefinido)
Obs.: caso haja pausa depois do advérbio, emprega-se ênclise.
Por Exemplo:
Aqui, vive-se.
c) Nas orações iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos: 
Quem te convidou para sair? (pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
d) Nas orações iniciadas por palavras exclamativas e nas optativas (que exprimem desejo).
Exemplos: 
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração optativa)
e) Nas conjunções subordinativas:
Exemplos: 
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
f) Com gerúndio precedido de preposição "em".
Exemplos: 
Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra "só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
 se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos:
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.


2) Mesóclise
Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)

Observações:
a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.
Por Exemplo:
Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.
3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim, o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.

b) Nas orações reduzidas de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.

c) Nas orações reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição "em".)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.

d) Nas orações imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!

Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou a mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por Exemplo:
Linguagem Informal: Me alcança a caneta.
Linguagem Formal: Alcança-me a caneta.

3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise como a ênclise.
Exemplos:
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo.
Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos nas Locuções Verbais
As locuções verbais podem ter o verbo principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.
1) Verbo Principal no Infinitivo ou Gerúndio
a) Sem palavra que exija a próclise:
Geralmente, emprega-se o pronome após a locução.
Por Exemplo:
Quero ajudar-lhe ao máximo.
b) Com palavra que exija próclise:
O pronome pode ser colocado antes ou depois da locução.
Exemplos:
Nunca me viram cantar. (antes)
Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)
Observações:
1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a colocação do pronome será facultativa.
Por Exemplo:
Nosso filho há de encontrar-se na escolha profissional.
Nosso filho há de se encontrar na escolha profissional.
2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.
Por Exemplo:
Voltei a cumprimentá-los pela vitória na partida.
2) Verbo Principal no Particípio
Estando o verbo principal no particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.
Por Exemplo:
As crianças tinham-se perdido no passeio escolar.
a) Se não houver fator que justifique a próclise, o pronome  ficará depois do verbo auxiliar.
Por Exemplo:
Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.
b) Se houver fator que justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.
Por Exemplo:
Não me haviam avisado da prova que teremos amanhã.
Obs.: na língua falada, é comum o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:
Por Exemplo:
Haviam me convencido com aquela história.
Não haviam me mostrado todos os cômodos da casa.
http://www.soportugues.com.br/

FILME: O PRIMO BASÍLIO


segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Fique por dentro!

Na hora de pontuar um texto, muitas vezes surgem dúvidas com relação ao sinal de pontuação a ser usado. Leia o material que segue para facilitar o uso de cada sinal.