quinta-feira, 22 de maio de 2014

ROMANCES QUE MARCARAM UMA ÉPOCA

A Moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo – “Este romance merece atenção do estudante, por ser considerado o primeiro romance romântico brasileiro. Na obra, Augusto sente-se preso a uma promessa de amor feita anos atrás, o que o torna inconstante frente a outras possibilidades de relacionamento. Ao se apaixonar por Carolina, ele tem a doce surpresa: ela era a menina com quem havia trocado juras de amor no passado e que considerava digna de seu amor”.
  


O romance A Moreninha foi publicado no mesmo ano em que Joaquim Manuel de Macedo se formou em Medicina [1844] e se passa no Estado do Rio de Janeiro.  O autor nunca menciona o local em que se passa, exceto pela expressão:  Ilha de…  Desde o século XIX, no entanto, que a Ilha de Paquetá, principal ilha do arquipélago de Paquetá na Baía de Guanabara, localizada a 15 km do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro, é associada com este romance.  O nome Paquetá, de origem indígena significa “lugar com muitas pacas”.    A ilha foi descoberta por André Thevet da expedição de Villegagnon em 1555, quando a França tentava instituir no Rio de Janeiro a França Antártica.  A partir de 1838 a ilha esteve ligada ao Rio de Janeiro por uma linha regular de barcas, estabelecida pela preferência da corte portuguesa, D. João VI em particular, por passeios no lugar.   Com este tipo de clientela e depois do sucesso do romance de Joaquim Manuel de Macedo, a ilha passou a se tornar um local de atividade turística e aos poucos, através dos anos foi perdendo sua atividade de abastecedora de peixes e mariscos para a cidade do Rio de Janeiro e dedicar-se exclusivamente ao turismo.


Nascido em 01 de maio de 1829, em Messejana - Ceará, José Martiniano de Alencar (José de Alencar) cursou advocacia, mas logo tornou-se político, jornalista e escritor. E com esta última atividade, ele obteve reconhecimento que o elevou ao patamar do maior romancista brasileiro. Alencar criou - com singularidade - uma literatura nacionalista, empregando um vocábulo e uma sintaxe típicos do Brasil, evitando o estilo lusitano que, até então, prevalecia no mundo literário da época.

Sua obra traça um perfil da cultura e dos costumes do período em que viveu, bem como da História do Brasil. É fácil percebermos a preocupação do autor com a identificação nacional, seja escrevendo a respeito da sociedade burguesa do Rio de Janeiro ou para temas que abordam questões ligadas ao índio e ao sertanejo. Com isto, seus romances foram classificados em quatro categorias:
 urbanos, históricos, indianistas e regionalistas

Nos romances urbanos, prevalece a análise do caráter psicológico das personagens femininas, revelando seus conflitos interiores. Destaco, então, cinco romances com estas características: "Cinco Minutos" (1860), "A Viuvinha" (1860), "Lucíola" (1862), "Diva" (1864), "Senhora" (1875) dentre outros. 


"Lucíola é o romance de José de Alencar e o primeiro da trilogia que ele denominou de "Perfis de Mulher". Integra o conjunto da ficção urbana do grande romancista aquela em que ele fixou o Rio de Janeiro da época, com a sua fisionomia burguesa e tradicional, com uma sociedade endinheirada que frequentava o Lírico, passeava à tarde na Rua do Ouvidor e à noite no Passeio Público, morava no Flamengo, Botafogo ou Santa Teresa, e era protagonista de ousado dramas de amor que iam do simples namoro contrariado à paixão desvairada.          Lucíola foi um romance ousado para a época; seu tema escandalizou os leitores e a sociedade de então, pois contava a história ainda não colocada até então em termos de literatura entre nós - a prostituição. Apesar das roupagens românticas, a personagem era boa de coração, demonstrando isso na abnegação e no estoicismo com que se sacrificou por sua família, não seria tão fácil a aceitação de um livro como esse, que desvendava, em cenas íntimas e descrições bem marcantes, a vida de alcova de uma famosa mundana. E ainda mais, fazia dessa "pecadora" uma vítima da sociedade e a redimia de tudo, mostrando a face nobre do seu caráter.          Não se chama Lucíola a heroína, como seria de se esperar, mas apenas Lúcia. "Lucíola - explica o prefácio - é o lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no meio da relva e à beira dos charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição conservava a pureza da alma?"


"Senhora" é considerado o mais importante desta relação. Na narrativa, o autor mostra a hipocrisia da sociedade fluminense durante o Segundo Império. E, através do romance entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas, Alencar leva o leitor a refletir a respeito da influência do dinheiro nas relações amorosas e, principalmente, sua influência nos casamentos da época. O romance divide-se em quatro partes, que correspondem às etapas de uma transação comercial: Preço, Quitação, Posse e Resgate.

          "Seu enredo gira em torno de uma estranha e voluntariosa menina-moça que aspirava ao amor ideal e sonhava entregar seu coração somente àquele que ultrapassasse os limites do amor banal e a quisesse com frenética paixão. Emília era seu nome, e a história começa quando ela tinha catorze anos e era, como descreve o autor, "uma menina muito feia, mas da lealdade núbil que promete à donzela esplendores de beleza".
          Há meninas - diz o personagem contando seu drama a um confidente - que se fazem mulheres como as rosas passam de botão a flor: desabrocham. Outras saem das faixas como os colibris da gema: enquanto não emplumam são monstrinhos; depois tornam-se maravilhas ou primores. Era Emília um colibri implume; por conseguinte, um monstrinho.
          Pois essa menina feia, pouco depois, quando vai reencontrá-la o herói da história, era já uma linda moça, como a descreveu o romancista: "Era alta e esbelta. Tinha um desses talhes flexíveis e lançados, que são hastes de lírio para o rosto gentil; porém na mesma delicadeza do porte esculpiam-se os contornos mais preciosos com firme nitidez das linhas e uma deliciosa suavidade nos relevos. Não era alva, também não era morena. Tinha na tez a cor das pétalas da magnólia, quando vão se desfalecendo ao beijo do sol. Mimosa cor de mulher, se a aveluda a pubescência infantil, e a luz coa pelo fino tecido, e um sangue puro a escumilha de rôseo matiz. A dela era assim".

Através dos romances indianistas, o autor explora e ressalta as tradições indígenas  para a ficção, relatando mitos, lendas, festas, usos e costumes. No entanto, o índio é visto de forma idealizada, representando - de maneira simbólica - a origem do povo brasileiro. O homem branco (europeu) é tido como o "aquele que corrompe" e o índio "o bom selvagem", destacando seu  bom caráter, valentia e pureza. Aqui destaco: O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).



Em "O Guarani", Alencar narra  a história do amor proibido entre o índio Peri e a jovem branca Ceci . 
 O relacionamento acaba se concretizando com o consentimento do pai da moça, o colonizador Dom Antônio, graças ao ataque dos índios Aimorés à fortaleza de sua família. É quando o fidalgo pede a Peri que salve sua filha.
Em 1991, o romance ganhou versão para série de Tv pela extinta Rede Manchete. Tendo no elenco Angélica (Ceci) e Leonardo Bricio (Peri).
Em 1996, o romance ganhou a versão cinematográfica. No elenco Marcio Garcia (Peri) e Tatiana Issa (Ceci).

Publicado em 1865, o romance é conhecido como a "lenda do Ceará" para explicar poeticamente as origens da sua terra natal, o Ceará, registrando todo o seu amor, o seu carinho que há tantos anos não via.
         Iracema, a "virgem dos lábios de mel", pertence à tribo Tabajara, filha de Araquém, pajé da tribo que dominava o interior do Ceará, especialmente a Serra de Ibiapaba. Seu nome significava em guarani "lábios de mel". Sua função como filha do pajé, era guardar o segredo da Jurema, como "virgem de Tupã", função sagrada, e por isso não poderia amar um homem. Aquele que a possuísse morreria.
         A descrição que o autor fez da linda indígena é a mais bela em língua portuguesa, pois nenhuma mulher jamais recebeu tantos elogios e tropos poéticos de exaltação, espalhados por todo o livro. Ela era "a virgem dos lábios de mel", que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado".


Jaguarê é um jovem caçador da tribo Araguaia caminhando em busca de um adversário de valor a quem possa vencer para se tornar um verdadeiro guerreiro de sua tribo. Ao descansar à sombra de uma árvore Jaguarê vê uma jovem índia da tribo Tocantim que lhe diz que o guerreiro que a quiser por esposa terá que combater com os pretendentes da tribo Tocantim. Araci se afasta e Jaguarê volta ao descanso.
          Aparece então Pojucã, forte guerreiro, a quem Jaguarê vence e leva prisioneiro para sua tribo. Jaguarê se torna guerreiro com o nome de Ubirajara, recebe do cacique, seu pai Camacan, o comandante da tribo e se prepara para se casar com Jandira, sua prometida.
          Ubirajara, no entanto, não se esquece de Araci e resolve partir para se casar com ela.  Pojucã pede a Ubirajara que lhe dê uma morte digna de um guerreiro. Ubirajara o atende e lhe destina Jandira para esposa de túmulo, segundo os costumes da tribo. Jandira, que só amava o grande chefe, foge da floresta.
         Ubirajara chega à aldeia tocantim, é recebido e tratado como hóspede, recebendo o nome de Jurandir e contando a todos suas lutas e conhecimentos.  Jurandir declara ao chefe Itaquê que deseja ser esposo de Araci e como pretendente dispõe-se a trabalhar e a lutar para conseguir seu intento. Então, Araci saiu para caçar e no meio da mata aparece Jurandir segurando Jandira e entregando-a a Araci como escrava que não aceitou ser libertada, desejando fazer a vontade de Ubijarara.


Nos romances históricos  os leitores podem encontrar   fatos marcantes da colonização descritos como a busca pelo ouro e as lutas pela expansão territorial. Em vários momentos podemos perceber o nacionalismo exacerbado e o orgulho pela construção da pátria. Destaque para "As Minas de Prata" (1865), "Alfarrábios" (1873), "A guerra dos mascates" (1873).




Enfim, os romances regionalistas em que, facilmente, o leitor pode identificar as características que envolvem o cotidiano da vida no campo, a cultura popular e a beleza exótica e natural das regiões mais afastadas do Brasil, que - ainda - não sofreram influência européia. É importante ressaltar que nos romances regionalistas - em oposição aos romances urbanos - os homens recebem destaque com toda sua rudeza e coragem para enfrentar os desafios da vida. E as mulheres aqui tem desempenham papéis secundários. Sendo assim, destacamos: "O gaúcho" (1870), "O tronco do Ipê" (1871) e "O sertanejo" (1876). Com estes romances o autor focou os pampas, o interior paulista e o sertão nordestino, sempre buscando a diversidade regional.



"Os Heróis morrem cedo"...E com José de Alencar não foi diferente. O autor faleceu, na cidade do Rio de Janeiro, em 12 de dezembro de 1877, aos 48 anos, vítima de tuberculose. 


Lauro é expulso da casa de seu tio Hugo, acusado de ter roubado a cruz da família. Lauro se vai e promete voltar para descobrir o verdadeiro ladrão.
            Depois de algum tempo, Honorina começa a receber cartas de um apaixonado. Este rapaz aparece a Honorina nas situações mais desconcertantes. Às vezes, o Moço Loiro ( como ela o chamava ) aparece cantando, outras apenas a observá-la e certa vez chegou a salvá-la de morrer afogada. Honorina foi se interessando por ele e acabou se apaixonando pelo Moço Loiro.
            O Moço Loiro descobre ainda que Félix, filho adotivo dos Mendonça, é o verdadeiro ladrão, e, disfarçado de velho, convence-o a revelar a verdade e a desmascarar Otávia, que forçava o pai de Honorina a permitir seu casamento com ele, ameaçando-o com uns títulos falsos.
              Honorina, que já pensava em aceitar o casamento com Otávio para livrar o pai da falência, recebe uma carta de Lauro, que fizera fortuna, pedindo-a em casamento. Recebe também uma carta do Moço Loiro que, despedindo-se dela definitivamente, aconselha-a a aceitar a proposta de Lauro. Félix confessa ser o autor do roubo e desmascara Otávio.
              De retorno, Lauro é recebido calorosamente e Honorina tem uma grande surpresa: Lauro e o Moço Loiro são a mesma pessoa.


A Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães – “Este romance apresenta a trajetória de Isaura, escrava paradoxalmente clara que é perseguida por seu senhor, Leôncio. Após fugir para o Nordeste, Isaura conhece e apaixona-se por Álvaro. O desfecho do romance é mais que feliz: Álvaro liberta Isaura das mãos de Leôncio ao pagar dívidas deste e tomar-lhe os bens. Vale lembrar que a obra obteve importância em sua trajetória por tratar de um tema polêmico para a época: a escravidão”.
 Até hoje, este é um dos romances favoritos do público brasileiro.  Seu sucesso atual não surpreenderia aqueles que testemunharam em 1875 a estrondosa reação do público leitor que se encontrava cada vez mais familiarizado com romances de aventuras num cenário brasileiro. 
A história se passa numa grande fazenda fluminense na cidade de Campos dos Goitacazes.  O romance aparece quatro anos depois da Lei do Ventre Livre.  A escravidão serve mais como impedimento no desenvolvimento do romance, do que como assunto a ser abordado contra ou a favor.  Bernardo Guimarães, joga com a aceitação da mulher de pele clara, como demonstração do preconceito de raça.  Enquanto que a escravidão simplesmente existe.  Há algumas poucas falas de estudantes abolicionistas, mas não são mais do que um aceno, uma batida na aba do chapéu, que Bernardo Guimarães dá ao movimento abolicionista.  A divisão da sociedade, a mostra da irracionalidade da escravidão, estão centradas na cor da pele da escrava.  Bernardo Guimarães remove a  máscara da sociedade brasileira e mostra a falsidade de seus preconceitos.  Realça a fragilidade e a dualidade da posição pró-escravidão, numa sociedade que já se caracterizava como miscigenada.

"O Seminarista" é um romance de cunho rural e psicológico que mostra o drama de Eugênio e Margarida. Ele, filho de fazendeiro, é obrigado a ingressar num seminário para ser padre. Ela, pobre e bela menina que se criou na fazenda do pai de Eugênio, corresponde à amizade, ao amor e à paixão que este lhe devotava.
          Acreditando na falsa história de que Margarida havia fugido com outro, Eugênio abandona a ideia de deixar o seminário e tornar-se sacerdote. Voltando a sua cidade, já ordenado, para celebrar a primeira missa, Eugênio encontra  Margarida à morte e fica sabendo da diabólica trama de seu pai para evitar a união dos dois.
        Na hora da missa, ao ver entrar na igreja o caixão com o corpo de Margarida, Eugênio rasga as roupas sacerdotais e larga em desabalada carreira. Ficara louco!


A história de Pernambuco conta-nos muitas histórias de heroísmo e maldade. Muitos homens se tornaram lenda por sua audácia e crueldade; entre esses está José Gomes, o famoso Cabeleira, que durante muitos anos espalhou o terror pelo nordeste brasileiro.
José Gomes era filho de Joaquim, sujeito malvado, dado à prática de crimes e de Joana, exemplo vivo de bondade.
José era um menino bom e amoroso, mas os péssimos exemplos do pai converteram-no num bandido. Joana queria que o filho fosse um homem bom e digno, enquanto que Joaquim queria levá-lo para o banditismo; por isso os dois viviam brigando, até que um dia Joaquim resolveu abandonar a mulher, levando consigo o filho.



Inocência (1872), de Visconde de Taunay – “Uma das mais exploradas temáticas do Romantismo é a do amor proibido. Essa é a tônica do romance Inocência, que explora a paixão entre os personagens Cirino, um falso médico que atendia no interior do Brasil; e Inocência, jovem prometida por seu pai a um morador da região, Manecão Doca. Num desfecho trágico, a morte de Cirino impede a consagração do amor e, provavelmente, serve como motivador para a morte da melancólica Inocência”.
Inocência foi o segundo  romance publicado por Alfredo d’Escragnolle Taunay em 1872 e o terceiro livro.  Antes, ele havia publicado em francês, La Retraite de Lagune, em 1871, que foi mais tarde traduzido para o português por Salvador Mendonça em 1874.  A Retirada da Laguna: ocorrida entre 08 de Maio e 11 de Junho de 1867, durante a Guerra do Paraguai, teve início na fazenda Laguna, no Paraguai, e percorreu uma vasta área compreendida pelos actuais municípios de Bela Vista, Antônio João, Guia Lopes e Nioaque, no território do atual Estado do Mato Grosso do Sul.   Esta “reportagem” histórica por si só já teria garantido um lugar nas história das letras brasileiras ao futuro Visconde de Taunay, não tivesse ele outros e muitos atributos com os quais enriqueceu o panorama intelectual do Brasil.  O romance A Mocidade de Trajano, havia sido publicado em 1871, sob o pseudônimo Sílvio Dinarte, um de muitos pseudônimos que usou durante sua carreira literária.
O romance Inocência é justamente localizado no interior do Brasil, em região conhecida por Taunay nas suas  perambulações como engenheiro militar e oficial do exército na Campanha do Paraguai.  É uma história que se desentola na confluência dos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e São Paulo.



Fique por dentro!

ROMANTISMO - PROSA
Século XIX
O desenvolvimento da prosa no período romântico coincide com o desenvolvimento do romance como um gênero novo que, no Brasil, chegou graças à influência dos romances europeus e do surgimento dos jornais -- que publicavam, diariamente, os folhetins, isto é, capítulos de histórias que compunham um romance.
As primeiras manifestações no gênero estavam empenhadas na descrição dos costumes da classe dominante na cidade do Rio de Janeiro, que agora vivia um grande período de urbanização, e de algumas amenidades da vida no campo. Ou então, apresentavam personagens selvagens, concebidos pela ideologia e imaginação do período romântico como idealização do herói nacional por excelência: o índio.
Cronologicamente, o primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador (1843), de Teixeira de Souza, porém, como o romance apresenta enredo confuso e foi considerado pelo público como "sentimentalóide", A Moreninha (1844), de Joaquim Manoel Macedo, viria a ser considerado o primeiro romance efetivamente brasileiro por receber uma maior aceitação do público e por definir as linhas dos romance brasileiro.

 CONTEXTO HISTÓRICO
 - Revolução da Imprensa e ascensão do romance;
 - Vinda da Família Real para o Brasil (em 1808);
 - Independência do Brasil (em 1822).

 CARACTERÍSTICAS
 - Individualismo;
 - Subjetivismo;
 - Verso livre e verso branco;
 - Sentimento de nacionalidade;
 - Culto à natureza.

 PRINCIPAIS AUTORES
  Poesia
 1ª  Geração Romântica: Nacionalista ou Indianista
 - Gonçalves de Magalhães
 - Gonçalves Dias
 - Araújo Porto-Alegre

 2ª Geração Romântica: Mal do Século
 - Álvares de Azevedo
 - Casimiro de Abreu
 - Junqueira Freire
 - Fagundes Varela

 3ª Geração Romântica: Condoreira
 - Castro Alves
 - Sousândrade

  Prosa
 - Joaquim Manoel Macedo
 - Manoel Antônio de Almeida
 - José de Alencar

 Teatro
 - Martins Pena

Tipos de romances

Temos quatro tipos de romances no movimento: o indianista, histórico, regional e urbano e era bem comum que os escritores da prosa do período caminhassem entre os vários tipos.

Romance indianista

O romance indianista traz à tona a vida, cultura, crença e costumes indígenas. O índio surge como herói, representando o Brasil e os brasileiros, sendo corajoso, heróico, forte, idealizado. Há uma valorização da natureza e o espaço onde ocorre a narrativa remete ao natural, à paisagem brasileira.

Exemplos de romances indianistas

Iracema, O Guarani e Ubirajara, todos de José de Alencar.

Romance histórico

O romance histórico traz o retrato de costumes de uma época passada, sendo um relato que muitas vezes mistura ficção e realidade.

Exemplos de romances históricos

As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates, ambos de José de Alencar. É importante saber que romances indianistas também podem ser considerados históricos.

Romance urbano

Os romances urbanos são os mais lidos até hoje. Em sua grande maioria, este tipo no Romantismo narrava uma história que geralmente ocorria nas capitais, na alta sociedade. Funcionava como crítica aos costumes, mostrando a sociedade e os interesses desta em uma determinada época. Os heróis e heroínas deste romance faziam ou não parte desta alta sociedade e tinham que superar várias barreiras para a felicidade e a realização do amor e do casamento (que redimia as personagens de todo o mal e imoralidade que elas pudessem ter), tal como nos outros tipos de romances românticos.

Exemplos de romances urbanos

Lucíola, Diva, Senhora, A Viuvinha, todos de José de Alencar; Iaiá Garcia, Helena, A Mão e a Luva, de Machado de Assis; A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo; e Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, que surge trazendo à tona os costumes da periferia, indo na contramão do retrato de costumes da alta sociedade, algo raro neste tipo de romance.

Romance regionalista

Por fim, temos o romance regionalista, passado em ambiente rural, mostrando costumes, valores e cultura típica de uma região. Este tipo de romance trazia um maior conhecimento do Brasil sobre si próprio, uma vez que voltava seu olhar pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona sua diversidade.
Neste cenário rural há um herói do campo, sertanejo, alguém que pertence à sua terra e é o retrato desta. É bravo e honrado, preza a moral e os costumes de seu ambiente, colocando-se contrário às liberalidades da cidade e dos homens de lá. É importante ressaltar que não há tensão social no romance romântico regionalista, sendo este apenas um retrato regional de costumes, sem críticas.

Exemplos de romances regionalistas

Alguns exemplos de romances regionalistas são: Inocência, de Visconde de Taunay; O Tronco do Ipê, Til e O Gaúcho, de José de Alencar; A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.

BIBLIOGRAFIA
·         CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Literatura – história & texto – vol 2. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
·         CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Literatura Brasileira: ensino médio. 2.ed reform. São Paulo: Atual, 2000.
·         CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens – vol 2. 5.ed. São Paulo: Atual, 2000.