ROMANTISMO - PROSA
Século XIX
O
desenvolvimento da prosa no período romântico coincide com o desenvolvimento do
romance como um gênero novo que, no Brasil, chegou graças à influência dos
romances europeus e do surgimento dos jornais -- que publicavam, diariamente,
os folhetins, isto é,
capítulos de histórias que compunham um romance.
As
primeiras manifestações no gênero estavam empenhadas na descrição dos costumes
da classe dominante na cidade do Rio de Janeiro, que agora vivia um grande
período de urbanização, e de algumas amenidades da vida no campo. Ou então,
apresentavam personagens selvagens, concebidos pela ideologia e imaginação do
período romântico como idealização do herói nacional por excelência: o índio.
Cronologicamente,
o primeiro romance romântico publicado no Brasil foi O filho do pescador (1843),
de Teixeira de Souza, porém, como o romance apresenta enredo confuso e foi
considerado pelo público como "sentimentalóide", A Moreninha (1844),
de Joaquim Manoel Macedo, viria a ser considerado o primeiro romance efetivamente
brasileiro por receber uma maior aceitação do público e por definir as linhas
dos romance brasileiro.
CONTEXTO HISTÓRICO
-
Revolução da Imprensa e ascensão do romance;
-
Vinda da Família Real para o Brasil (em 1808);
-
Independência do Brasil (em 1822).
CARACTERÍSTICAS
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Individualismo;
-
Subjetivismo;
-
Verso livre e verso branco;
-
Sentimento de nacionalidade;
-
Culto à natureza.
PRINCIPAIS
AUTORES
Poesia
1ª
Geração Romântica: Nacionalista ou
Indianista
-
Gonçalves de Magalhães
-
Gonçalves Dias
-
Araújo Porto-Alegre
2ª
Geração Romântica: Mal do Século
-
Álvares de Azevedo
-
Casimiro de Abreu
-
Junqueira Freire
-
Fagundes Varela
3ª
Geração Romântica: Condoreira
-
Castro Alves
-
Sousândrade
Prosa
-
Joaquim Manoel Macedo
-
Manoel Antônio de Almeida
-
José de Alencar
Teatro
-
Martins Pena
Tipos de romances
Temos quatro tipos de romances no movimento: o indianista,
histórico, regional e urbano e era bem comum que os escritores da prosa do
período caminhassem entre os vários tipos.
Romance indianista
O romance indianista traz à tona a vida, cultura, crença e
costumes indígenas. O índio surge como herói, representando o Brasil e os
brasileiros, sendo corajoso, heróico, forte, idealizado. Há uma valorização da
natureza e o espaço onde ocorre a narrativa remete ao natural, à paisagem
brasileira.
Exemplos de romances indianistas
Iracema, O Guarani e Ubirajara, todos de José de Alencar.
Romance histórico
O romance histórico traz o retrato de costumes de uma época
passada, sendo um relato que muitas vezes mistura ficção e realidade.
Exemplos de romances históricos
As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates, ambos de José de Alencar. É
importante saber que romances indianistas também podem ser considerados
históricos.
Romance urbano
Os romances urbanos são os mais lidos até hoje. Em sua grande
maioria, este tipo no Romantismo narrava uma história que geralmente ocorria
nas capitais, na alta sociedade. Funcionava como crítica aos costumes,
mostrando a sociedade e os interesses desta em uma determinada época. Os heróis
e heroínas deste romance faziam ou não parte desta alta sociedade e tinham que
superar várias barreiras para a felicidade e a realização do amor e do
casamento (que redimia as personagens de todo o mal e imoralidade que elas
pudessem ter), tal como nos outros tipos de romances românticos.
Exemplos de romances urbanos
Lucíola, Diva, Senhora, A Viuvinha, todos
de José de Alencar; Iaiá Garcia, Helena, A Mão e a Luva, de Machado de Assis; A Moreninha, de
Joaquim Manuel de Macedo; e Memórias de um Sargento de Milícias,
de Manuel Antônio de Almeida, que surge trazendo à tona os costumes da
periferia, indo na contramão do retrato de costumes da alta sociedade, algo
raro neste tipo de romance.
Romance regionalista
Por fim, temos o romance regionalista, passado em ambiente rural,
mostrando costumes, valores e cultura típica de uma região. Este tipo de
romance trazia um maior conhecimento do Brasil sobre si próprio, uma vez que
voltava seu olhar pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona sua
diversidade.
Neste cenário rural há um herói do campo, sertanejo, alguém que
pertence à sua terra e é o retrato desta. É bravo e honrado, preza a moral e os
costumes de seu ambiente, colocando-se contrário às liberalidades da cidade e
dos homens de lá. É importante ressaltar que não há tensão social no romance
romântico regionalista, sendo este apenas um retrato regional de costumes, sem
críticas.
Exemplos de romances regionalistas
Alguns
exemplos de romances regionalistas são: Inocência, de Visconde de Taunay; O Tronco do Ipê,
Til e O
Gaúcho, de José de Alencar; A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães.
BIBLIOGRAFIA
·
CAMPEDELLI, Samira Yousseff. Literatura – história &
texto – vol 2. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
·
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES,
Thereza Cochar. Literatura Brasileira: ensino médio. 2.ed reform. São
Paulo: Atual, 2000.
·
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES,
Thereza Cochar. Português: linguagens – vol 2. 5.ed. São Paulo: Atual,
2000.
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